domingo, 12 de dezembro de 2010

Bocage...O boca do inferno!!!

Soneto localizado em um caderno onde poemas de Bocage e de Pedro José
Constâncio estavam misturados, não tendo se chegado em nenhuma conclusão
definitiva sobre a autoria do mesmo.



Soneto das Glórias Carnais

Cante a guerra quem for arrenegado,
 
Que eu nem palavra gastarei com ele; 
Minha Musa será sem par canela 
Co'um felpudo coninho abraseado:


Aqui descreverei com arreitado
 
N'um mar de bimbas navegando à vela, 
Cheguei, propício o vento, à doce, àquela 
Enseada d'Amor, rei coroado:

Direi também os beijos sussurrantes,
 
Os intrincados nós das línguas ternas, 
E o aturado fungar de dois amantes :

Estas glórias serão na fama eternas;
 
Às minhas cinzas me farão descantes 
Fêmeos vindouros, alargando as pernas.

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